quarta-feira, 16 de maio de 2018

Praticantes de naturismo tiram a roupa e 'invadem' praia em Ubatub

Praticantes de naturismo frequentam a praia Mansa, em Ubatuba (SP), há quatro meses. Nus, eles se revezam para ir ao local aos finais de semana e defedem a que a praia vire reduto nudista em São Paulo. A decisão de 'oficializar' a proposta dos naturistas, no entanto, depende de regulamentação da prefeitura e da Câmara.

As visitas sem roupa à praia são uma iniciativa do grupo Naturistas do Vale do Paraíba (Natvale). Eles criticam que mesmo com uma extensa faixa litorânea, o estado não tem praia com licença legal a prática do nudismo. Com a 'experiência' na praia Mansa, eles querem chamar atenção para a causa.

A praia, com uma pequena faixa de areia e cercada por vegetação, é quase deserta. O ambiente reservado, sem comércios ou pousadas, garante a privacidade que o grupo precisa para a prática.

Segundo o presidente da NatVale, Ubiratan Fazendeiro, a ideia da experimentação é saber se a comunidade aceita a prática. Ele disse que se algum banhista não praticante do naturismo vai à praia, o aval dele é pedido para que o grupo continue sem roupa.
“A gente quer exercer nosso direito de estar nu na praia, em contato direto com a natureza. O corpo não deveria representar um escândalo, existe uma distorção cultural. Estamos dialogando com a comunidade antes de pedir oficialmente o espaço”, explicou Ubiratan.

O Natvale informou que pretende apresentar o pedido formal à Câmara ainda neste semestre. Para viabilizar a liberação do naturismo no local é necessária uma mudança no código de conduta do município, que veta a prática. De acordo com o grupo, o texto para solicitar essa mudança está sendo elaborado pelo setor jurídico da entidade.

A prefeitura de Ubatuba informou, por nota, que não recebeu o pedido formal do grupo. A reportagem do G1 questionou se a gestão é a favor da abertura da praia para nudismo, mas a administração não se manifestou.

A Polícia Civil alerta que, se flagrados na prática, os naturistas podem ser detidos por 'ato obsceno' – que tem pena de três meses a um ano de detenção. “Nós nunca recebemos denúncias do tipo ou flagramos a prática na cidade, mas eles podem ser detidos e vão responder por ato obsceno, apesar de em liberdade”, explicou o delegado Ricardo Mamedi.

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