domingo, 11 de março de 2018

'Milagre', diz irmão sobre recuperação de sobrevivente de acidente aéreo em Manaus

Agente tem mesmo é que agradecer, porque foi um milagre a pessoa sobreviver a uma queda de avião e estar se recuperando”. O relato é do advogado Eduardo Matias da Cunha, de 42 anos, irmão de Fábio Matias da Cunha, 47, também advogado e único sobrevivente à queda de uma aeronave em Manaus no dia 22 de fevereiro. Cinco pessoas estavam no avião.

Fábio estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital e Pronto-socorro João Lúcio. No dia 27, ele foi transferido para o Hospital Leforte Morumbi, de São Paulo. Segundo o irmão, ele estava assessorando o empresário Osmir dos Santos, de 51 anos, que morreu no acidente, em um projeto que eles fariam no município de Borba, interior do Amazonas.

De acordo com ele, o estado de saúde do irmão ainda é grave, mas a recuperação está sendo boa.

“Ele está evoluindo bem. A gente sabe que o quadro é grave, vai ser muito demorada a recuperação dele, mas os médicos acham que a parte mais crítica já passou. Agora é questão de ir consertando mesmo todo o estrago”, afirmou Cunha, contando que o irmão já abriu os olhos, se mexeu e que só não está falando devido a uma traqueostomia.

Acidente
Eduardo conta que foi o primeiro a saber da notícia do acidente e que, em um primeiro momento, foi informado que o irmão teria morrido com a queda. Horas depois é que ele teve a certeza que o irmão era um dos sobreviventes.

“Eu fui o primeiro a saber da notícia. O que me passaram, em um primeiro momento, foi que ele havia falecido. Depois de um tempo que eu soube que haviam dois sobreviventes e que estavam no hospital. Eu falei pra minha cunhada... Ela não estava acreditando naquilo que eu estava dizendo”, relembrou.

Depois de fazer contato com uma assistente social que trabalhava no Hospital João Lúcio, foi que a família teve certeza que Fábio ainda estava vivo.

“A gente tinha esperança que ele estivesse vivo, que fosse ele que estivesse ali [no hospital], porque até então a gente não tinha o nome das pessoas. A gente só sabia que tinha morrido o piloto, o co-piloto e um passageiro, que poderia ser ele ou outro. Tinha 50% de chance. Depois de uma hora, mais ou menos, a assistente social me ligou, mandou uma mensagem dizendo que o enfermeiro havia pedido para o Fábio mexer o pé. Mesmo inconsciente, ele mexeu o pé duas vezes”, contou.
Cunha explica que após ter certeza de que o irmão estava vivo, embarcou para Manaus. "Conversei com os médicos, eu vi que o estado dele era muito grave, que ele estava correndo muito risco de vida. A gente tem que ressaltar a equipe do Samu, que resgatou ele que fizeram um trabalho excepcional. Temos que ressaltar também, muito, o Hospital João Lúcio, porque, se não tivesse tido esse atendimento, com certeza, ele teria morrido”, disse.

Sequelas
Cunha explica que, segundo os médicos que estão cuidando de Fábio em São Paulo, a princípio, ele não terá sequelas.

“A parte do cérebro, que era a parte mais grave, não ficou com sequelas. Pode ser que, como ele ainda não está falando, não dá pra saber se ele ouve direito, por conta do impacto, que foi essa parte direita da cabeça que mais afetou. O oftalmo ainda não sabe se ele vai ter alguma sequela com relação à visão do olho direito, mas ele abre os olhos, pisca os olhos”, contou.

Segundo Eduardo, o irmão teve muitas fraturas pelo corpo e vai passar por um longo tratamento, que pode durar até três meses.

“Com relação à parte óssea, ele teve um esmagamento na L4. Gracas a Deus, a equipe de ortopedia que está cuidando dele, disse que a lesão que ele teve não chegou a comprometer a medula e é uma lesão que vai ser tratada, a princípio, como um tratamento paliativo, não vai ser feita cirurgia, mas a previsão dos médicos é que ele fique no hospital por volta de três meses. É um tratamento longo e depois, fisioterapia, porque ele teve muitas quebraduras”, explicou o irmão.

Até esse domingo (11), Fábio já passou por cirurgias para correção de uma lesão no crânio, de uma fratura na órbita do olho e de uma lesão na bacia. Os três procedimentos correram bem e segundo o irmão, outras duas cirurgias ainda devem ser feitas.

"Estava programado para fazer uma cirurgia no rosto ontem, sábado (10), mas foi adiada e deve acontecer, provavelmente, nesta terça-feira (13), e mais uma na bacia que ainda não está marcada. Depois dessas, em tese acho que a parte de cirurgias está finalizada", disse.

O irmão da vítima afirmou, ainda, que ele evolui bem e tem uma boa recuperação. "Ele está evoluindo bem, ele ainda está voltando da sedação ele tá um pouco agitado e os médicos estão tentando deixar ele mais calmo", afirmou.

Milagre
Eduardo, que é o único irmão de Fábio, afirmou que está grato e que foi um milagre o irmão ter sobrevivido ao acidente.

“A gente tem mesmo é que agradecer, porque foi um milagre a pessoa sobreviver a uma queda de avião e estar se recuperando. Primeiro sobreviver a uma queda de avião, segundo, estar conseguindo se recuperar da forma que ele está conseguindo. Vai ser uma caminhada longa. Eu até comentei com a minha cunhada e com meus sobrinhos [quando] chegaram em Manaus: - Vamos pensar que as outras famílias vieram aqui para levar o pessoal no caixão. A gente está levando ele vivo, então vamos [torcer] para que as coisas acabem bem”, disse.

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