segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

Chefe de facção criminosa pagou R$ 100 mil para fugir da prisão em Goiânia

Stephan de Souza Vieira, o BH, traficante de Goiás preso neste domingo em Cabo Frio, na Região dos Lagos, pagou R$ 100 mil para fugir do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, em novembro de 2017. A informação é da delegada Myrian Vidal Castilho, da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco) da Polícia Civil de Goiás, responsável pela prisão de BH.

De acordo com uma investigação da especializada, BH fugiu da prisão depois que recebeu, de agentes penitenciários da unidade, a autorização para trabalhar na cadeia. BH conseguiu escapar com o uniforme do sistema prisional. A pessoa que recebeu o pagamento ainda não foi identificada pela polícia.

De acordo com Castilho, o criminoso, que é apontado como o responsável pelas rebeliões no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, onde chefiava a ala dos presos da maior facção do Rio, o Comando Vermelho (CV), se escondia em Cabo Frio há um mês e meio. Aos agentes que participaram da prisão, BH afirmou que veio para o Rio, porque teria “amigos e proteção” no estado. Segundo policiais goianos, BH passou, recentemente, um fim de semana em Búzios com a mulher.

— Ele disse que se sentia protegido no Rio. Já conhecia a cidade porque esteve em Cabo Frio em outras oportunidades. Além disso, o carro que ele estava usando no Rio, um X-35 modelo 2018 novo, foi comprado pela companheira de outro criminoso que está preso atualmente no Rio — afirmou a delegada.
BH foi encontrado num apartamento de luxo, no bairro de Vila Nova, em Cabo Frio, destino de famílias em férias nesta época do ano, no litoral fluminense. No local, foram encontrados dezenas de aparelhos de celular, joias, R$ 7 mil e cadernos com dados sobre a movimentação do tráfico de drogas. Pelas anotações, os agentes concluíram que BH continuava a comandar, de Cabo Frio, o tráfico de drogas de Goiás. Há anotações de movimentações financeiras de até R$ 600 mil feitas em dezembro. BH estava foragido e, desde 2014, cumpria pena por diversos crimes, entre os quais homicídio e tráfico de drogas.

Ao longo da semana passada, o Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia registrou três rebeliões. A primeira, logo no primeiro dia do ano, terminou com nove mortos, 14 feridos e mais de 200 fugas e aconteceu justamente na última unidade onde BH cumpriu pena, a Colônia Industrial e Agrícola, que abriga presos do regime semiaberto.

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