Astrônomos de todo o mundo estarão atentos na
sexta-feira à passagem do 2012 DA14, que às 17h30 se tornará o primeiro
asteroide de 45 metros de comprimento a ser observado a apenas 27,7 mil
quilômetros da crosta terrestre. Isso equivale a menos de um décimo dos
384 mil quilômetros que separam a Terra da Lua.
A distância mínima será atingida quando o corpo celeste,
de 130 mil toneladas, estiver na direção do Oceano Índico, perto da
Ilha de Sumatra, na Indonésia, e será possível vê-lo com ajuda de
instrumentos em partes da Ásia, Oceania, Europa e África.
"É a primeira vez que a gente sabe que um objeto desse
vai passar tão perto da Terra. E, como ele tem um período que é
conhecido, isso gera uma oportunidade, por exemplo, para, no futuro, um
projeto de mandar uma sonda até lá, para examinar mais de perto esse
objeto. Como ele está passando muito perto, ele pode ser estudado com
mais precisão" destaca o astrônomo Eugênio Reis, do Museu de Astronomia e
Ciências Afins, que descarta o risco de colisão.
Por passar tão perto da Terra, no entanto, o 2012 DA14
entrará no Anel Geoestacionário, área em que orbitam os satélites e a
Estação Espacial Internacional, que também não devem ser atingidos pelo
asteroide. De acordo com Eugênio Reis, a passagem não causará
interferência nos meios de comunicação, pois o corpo celeste é uma rocha
pequena que não emite qualquer tipo de radiação. Entretanto, as
gravidades da Terra e da Lua mudarão a órbita do asteroide, que reduzirá
sua translação (órbita em torno do Sol) de em torno de 366 dias para
menos de 320, o que deixará os encontros com o planeta mais raros.
De acordo com informações do site da Nasa, a agência
espacial americana, o asteroide "chega perto" da Terra duas vezes
durante sua órbita, mas a próxima vez em que essa proximidade será
relevante será apenas em 2046, quando a distância será cerca de 1 milhão
de quilômetros. Às 13h de hoje, a página da agência na internet
estimava que o asteroide estava a cerca de 643 mil quilômetros da Terra,
aproximando-se a uma velocidade de 28,1 mil quilômetros por hora.
Para Eugênio Reis, cientistas estão descobrindo que
corpos celestes como esse passam perto do globo terrestre mais
frequentemente do que se pensava: "Eles são muito pequenos, e só agora
nós temos instrumentos sofisticados e programas de busca automática que
conseguem identificá-los. Devem existir vários asteroides como esse em
um espaço próximo, e a gente não sabe".
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